A cidade gaúcha de Tupanciretã foi a sede da 3ª Copa Brasil de Carabina F-Class – Mid Range. A competição reuniu atletas de alto nível técnico vindos do Distrito Federal e de seis estados, em um evento que uniu desempenho esportivo, inovação técnica e espírito de equipe. A disciplina F-Class Mid-Range consiste em disparos de precisão a 600 yards (cerca de 550 metros), com três séries de 20 tiros válidos, cada uma precedida por dois ensaios (sighters). A prova se destacou pela alternância de condições climáticas e visuais durante as séries — de baixa até intensa miragem —, exigindo dos competidores leitura apurada do ambiente e adaptação rápida.
Um dos destaques técnicos da edição 2025 foi a estreia nacional do sistema Pair Fire e da regra do Convert, ambos adotados pelas normas da ICFRA (International Confederation of Fullbore Rifle Associations). Essas inovações tiveram como objetivo preparar os atletas brasileiros para o Campeonato Mundial de F-Class, que acontecerá em Bisley, no Reino Unido, em 2026.
No Pair Fire, dois atiradores compartilham o mesmo alvo e disparam alternadamente, totalizando 44 tiros (22 para cada um), com tempo máximo de 44 minutos. Além de exigir precisão, o formato coloca os atletas em uma dinâmica de parceria, já que cada um anota a pontuação do outro. A sintonia, o ritmo e a confiança mútua tornam-se fundamentais para o sucesso da dupla.
Já a regra do Convert permite que um dos tiros de ensaio seja transformado em disparo oficial, caso atinja alta pontuação. A decisão deve ser tomada imediatamente após o disparo, adicionando uma camada estratégica à prova logo nos momentos iniciais.
Rigor técnico e espírito de companheirismo
A marcação dos impactos foi realizada por dois atiradores na trincheira, supervisionados por um juiz. Com o uso do Pair Fire e da regra do Convert, os marcadores não sabiam a quem pertencia cada disparo, garantindo total imparcialidade e foco técnico. O processo era rápido e preciso: o alvo era baixado, o impacto anterior coberto, e o novo resultado sinalizado com uma bola laranja.
Apesar da intensidade técnica da competição, o que mais chamou atenção foi o clima de colaboração entre os participantes. Atiradores experientes dividiram seus conhecimentos com novatos, houve troca constante de informações e apoio mútuo. O ambiente, segundo participantes, era de amizade genuína, mesmo em meio à disputa acirrada.
“O Pair Fire reforçou esse espírito coletivo, porque o sucesso de um dependia da conexão com o outro. A linha de tiro virou um espaço de parceria, observação e incentivo constante”, destacou um dos organizadores.
Presença nacional e legado para o Mundial
A 3ª Copa Brasil contou com a presença de competidores dos estados de Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Distrito Federal, confirmando o crescimento da modalidade no país. Além de promover o aprimoramento técnico, a competição reforçou valores como respeito, companheirismo e paixão pelo esporte. A AGAR e os organizadores agradecem aos atletas, parceiros e colaboradores que tornaram o evento possível e já projetam a próxima edição, com foco na continuidade do desenvolvimento da disciplina e na preparação da equipe rumo a Bisley 2026.
Classificação final
F-TR:
1º lugar – Cristiano Azambuja Gomes (RS) – 598,27
2º lugar – Wander Marcelo Moratelli (MS) – 596,32
3º lugar – Rogério Mariano Moraes (RS) – 595,29
F-Open:
1º lugar – Nelson Rodrigues Varela (RS) – 599,31
2º lugar – Aristides Brugine Gomes (RS) – 598,35
3º lugar – Roberto Carlos Vendruscolo (RS) – 595,26
