O Comitê Olímpico Brasileiro (COB) vem a público agradecer o empenho e a participação dos nossos 277 atletas nos Jogos Olímpicos Pequim 2008 e ao povo brasileiro que torceu e vibrou com entusiasmo pela delegação que representou o país na China.
A participação do Brasil em Pequim 2008 deve ser motivo de apoio e orgulho para todos os brasileiros. As conquistas na China apontam a evolução do esporte brasileiro em todos os níveis, independentemente do número e da cor das medalhas. A qualidade técnica apresentada pelo mundo nestes Jogos superou todas as expectativas. Foram batidos 132 recordes olímpicos e 43 recordes mundiais e um número recorde de 87 países recebeu medalhas. Seja pela concentração de esforços de determinados países em muito poucas modalidades ou atletas, ou pela pulverização de medalhas por um contingente maior de países, o certo é que conquistar uma medalha olímpica se torna a cada dia tarefa das mais difíceis para todos.
O Brasil está se qualificando cada vez mais para essa disputa. Em Pequim, competimos em 38 finais, contra 30 nos Jogos de Atenas 2004. Estivemos em 24 disputas diretas pela medalha de ouro, contra 17 em Atenas. As três medalhas de ouro (natação, atletismo e vôlei feminino) foram inéditas, assim como várias outras conquistas obtidas pelos nossos atletas em Pequim. Pela primeira vez na história da participação brasileira em Jogos Olímpicos, alcançamos:
• Primeiras medalhas individuais femininas (ouro no atletismo e bronze no judô e taekwondo)
• 1ª medalha de ouro feminina da América do Sul no atletismo
• 1ª medalha de ouro da natação brasileira
• 1ª medalha de ouro do voleibol feminino
• 3 recordes olímpicos na natação (50m livre)
• 1ª medalha individual feminina do judô
• 1ª medalha da vela feminina
• 1ª final da ginástica feminina por equipe
• 1ª final da ginástica solo masculino
• 1ª final do revezamento 4x100m rasos feminino
• 1ª final do salto com vara feminino
Os investimentos feitos no esporte brasileiro neste ciclo olímpico (2005-2008) não podem ser analisados somente pelo número de medalhas conquistadas em Pequim _ três de ouro, quatro de prata e oito de bronze. Este é o primeiro ciclo coberto integralmente com recursos advindos da Lei Agnelo/Piva. E graças a esta continuidade de recursos, as Confederações Brasileiras Olímpicas proporcionaram melhores condições de preparação e de intercâmbio internacional aos seus atletas, que geraram conquistas expressivas mesmo antes de Pequim 2008. O Brasil conquistou títulos mundiais e continentais em diversas modalidades (ginástica, judô e taekwondo, entre outras). Nos Jogos Pan-americanos Rio 2007, o país registrou sua melhor campanha na história da competição. E para os Jogos Olímpicos Pequim 2008, classificou um número recorde de atletas brasileiros.
Para fazer um campeão olímpico, é preciso formar campeões mundiais, regionais e nacionais. Campeões que vão inspirar a nossa sociedade e, especialmente a nossa juventude, com os valores positivos e transformadores do esporte. Este é o caminho que estamos trilhando e que vem apresentando resultados significativos. Mas se o Brasil começou recentemente a investir mais em esporte, muitos países já o fazem há bastante tempo e outros também estão se qualificando ainda mais. Estes países investem dezenas ou centenas de milhares de dólares há décadas. Por isso, o aumento dos investimentos no esporte se faz cada vez mais necessário, se quisermos manter a trajetória de crescimento do esporte olímpico no Brasil e transformá-lo numa potência olímpica.
A experiência de ter contado, pela primeira vez, com recursos permanentes e contínuos da Lei Agnelo/Piva para os quatro anos de um ciclo olímpico completo, e em 2008 da Lei de Incentivos Fiscais ao Esporte, qualifica o Comitê Olímpico Brasileiro a aperfeiçoar a aplicação dos recursos financeiros destinados às Confederações, permitindo, assim, continuar a planejar de forma consciente e responsável o trabalho a ser executado por cada modalidade esportiva para os Jogos Sul-americanos de Medellin em 2010, Jogos Olímpicos de Inverno Vancouver em 2010, Jogos Olímpicos da Juventude Cingapura em 2010, Jogos Pan-americanos de Guadalajara, em 2011, e para os Jogos Olímpicos de Londres 2012.
Como anualmente é feito e terminado este ciclo olímpico, o COB apresentará uma prestação de contas pública de suas ações nas áreas técnica e financeira, bem como realizará uma completa avaliação deste quadriênio, esporte por esporte, dos resultados alcançados, para direcionar a elaboração de seu planejamento para os próximos quatro anos.
Estejam certos de que o COB continuará trabalhando firmemente pela evolução qualitativa do esporte brasileiro, para que as conquistas dos nossos atletas continuem sendo motivo de orgulho para todos nós e para que o esporte se torne cada vez mais uma ferramenta fundamental para o desenvolvimento social e humano da juventude brasileira.
Comitê Olímpico Brasileiro